quinta-feira, julho 08, 2010

Tu, e só tu.

Sinto tanto a tua falta, nunca pensei que fosse assim, a consequência da saudade..
Fico sempre a pensar se algum dia irás voltar para mim, para junto dos meus braços, onde posso sentir o teu calor, sentir a tua respiração perto do meu ouvido, uma, duas, três vezes, como se aquele momento nunca fosse acabar... nunca pensei ver-te tão longe de mim.
Já te vi longe, mas um imenso oceano a separa-nos é a maior distancia que alguma vez experimentei, sem saber o que se passava do outro lado do oceano, ansiosa para que te decidas voltar, para junto de mim.
Para construirmos outra vez ou simplesmente tentarmos de novo formar um “nos”.
Tudo o que nos aconteceu, foi obra do destino.
Houve muitas peripécias, muitos problemas, aos quais sempre conseguimos enfrentar juntos. Momentos felizes, momentos que, nesses a única coisa que saía dali, era sempre uma lágrima no canto do olho.
Tentamo-nos afastar várias vezes, sem grande sucesso, quando houve um dia em que isso aconteceu, espontaneamente, de ambas as partes. Nem tu, nem eu, aguentávamos estar junto um do outro, por sérios problemas que foram acontecendo. Nesse dia, a minha cabeça desmoronou, mas eu sabia que era o certo. Não poderia continuar naquela angustia, sem saber de nada de tua parte..
Continuamos amigos como sempre fomos, uma coisa que admiro em ti, no meio de tantas outras, apesar de nos separarmos, continuávamos amigos. Mandavas-me recados, mensagens.. Falávamos de vez em quando, por telefone, sempre tentando manter um certo contacto.
Mas houve um tempo, em que eu me afastei demasiado. Não conseguia falar contigo, como amiga, sem ter uma lágrima no canto do meu olho. Era impossível não acontecer, pois tudo o que eu desejava era que o passado voltasse, a felicidade se enchesse no meu peito, como era antigamente. Mas infelizmente o passado não voltava, o que aconteceu ontem, à uma semana, à meses ou até à um ano, teria que ficar para trás, pois nada é eterno. Eu sabia-o, apesar de sempre permanecer uma mínima esperança no meu coração e na minha mente. Tentava ocupar o meu tempo, estando com os meus amigos, saindo com alguns rapazes, mas apesar de tudo, tu eras o tal. Eras e estas a ser agora. Posso ter quantos rapazes eu quiser, mas tu serás sempre o que me ajudou em tudo, o que sempre me apoiou, o que eu realmente adorei conhecer e que gostei de verdade. O tempo foi passando, e a minha esperança foi diminuindo, até que recebi a notícia que tu te irias embora juntamente com a tua irmã e o teu cunhado. Nesse dia, o meu coração partiu-se em dois. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde, o meu olhar nunca mais se cruzaria com o teu, os meus lábios nunca mais tocavam nos teus. Coisa que infelizmente eu desejava. Pensei, que o único modo de redimir tudo o que se tinha passado entre nós, era lutar por ti, enquanto ainda estivesses no mesmo país que eu, não para te prender aqui comigo, nunca tive essa ideia. Simplesmente para te ter junto de mim, uma ultima vez, aproveitar todos os últimos momentos que irias ter aqui, neste pais, estando do teu lado, ajudando-te em tudo o que precisasses, só para conseguir estar perto de ti.
E assim o fiz, até que consegui chamar a tua atenção. Eu sabia que nunca me tinhas esquecido por completo. O tempo todo que passamos juntos, pode não ter sido o melhor, mas por momentos foi intenso, foi só nosso. Um dia que fomos á praça de Espanha, para comprar as malas de viagem, estávamos a sair do metro. Estava um dia frio, era princípio de Fevereiro, se não me engano. A única coisa que me relembro deste dia, foi que puxas-te a minha mão, e colocaste a minha mão dentro do bolso do teu casaco, junto com a tua. Quando senti isto, o meu coração pulou de alegria. Naquele momento, o que mais queria era beijar-te, sentir-te perto de mim. Regressamos ao Colombo e fomos comprar batatas. Quando felizmente ficamos a sós, junto daquela fonte, eu estava deitada com a cabeça no teu colo, nas tuas pernas. E tu a dar-me batatas a boca, na pura brincadeira. Quando de repente, eu beijei-te, não bruscamente, mas um beijo leve e carinhoso. Tudo o que eu queria. E tu não te afastaste, apesar de saberes que se calhar o que eu estava a fazer era errado. Logo me afastei, não queria que interpretasses-me mal. Em dias seguintes, estivemos juntos em tua casa, tirando fotos, sorrindo para a câmara, como antigamente, como puramente amigos. Uma amizade que sempre prevaleceu, apesar de tudo. Até que me chamaste a parte, fechamo-nos no teu quarto, para conversarmos. Obvio que era uma coisa sobre nós, só nossa, senão não estaríamos ali os dois sozinhos naquele quarto. Querias falar comigo porque não sabias se era certo, começarmos a estar juntos, justamente a 3 meses antes de te ires embora. Eu simplesmente disse, que queria aproveitar todo o tempo que sobrava, para poder estar contigo, para não vir a arrepender-me mais tarde, porque não o fiz. O que acontece quase sempre, ficamos a pensar o que teria acontecido, se tivéssemos provocado isto ou aquilo. Assim não havia motivo de remorsos. E deixei a minha frase pairar em tua cabeça, até que um dia te decidiste e quando estávamos sozinhos no corredor, a ver uns filmes no youtube, eu olhei para ti, nos olhos, e sem sentirmo-nos forçados a nada, beijamo-nos, com a mesma intensidade de antes. A partir deste dia, tudo fluiu. Continuamos juntos, até ao dia em que partiste. Um dia após dia, de muitas risadas e muita alegria. Tu completavas-me. Eu sentia-me diferente, quando estava contigo. Tu mudavas-me, sempre o fazias, quando chegavas perto de mim. A noite anterior a que partiste, essa sim nunca vou esquecer. Ficará para sempre na minha memoria, apesar de tudo o que possa acontecer entre nós, ou simplesmente o que o destino resolver colocar a minha frente. Foi uma noite repleta de carinhos, quase nem dormimos. Sentia-me protegida, a dormir contigo, estando tu abraçado a mim. Lágrimas caíram nessa noite, e não foram poucas. Nem tinha vontade de dormir, sabendo o que se iria passar quando abrisse os olhos de novo. Mas tendo-te ali ao meu lado, a dormir, de mãos dadas, deu-me forças para fechar os olhos e dormir, tu precisavas de dormir, nem que fosse uma hora, para suportares a viagem de volta para a tua terra natal. Quando abri os olhos, olhei para ao lado e lá estavas tu, ao meu lado, a dormir. Sentia-me contente por ter tido a oportunidade, de dormir, uma noite a teu lado, apesar de saber que aquela seria a primeira e a ultima vez. O dia amanheceu rápido, e tu acordaste. A primeira coisa que tu fizeste antes de levantar, foi dar-me um beijo leve e suave, de bons dias. E logo a seguir, a correria do costume. Já estávamos atrasados para o aeroporto, não muito, mas o suficiente para começarmos a correria. Tu estavas contente, porque finalmente irias reencontrar a tua família, e os teus amigos. Mas triste porque irias deixar a tua mãe aqui sozinha, aos teus amigos, as grandes amizades que deixavas aqui, todos de coração na mão, porque iriam perder uma pedra preciosa, que iria entrar dentro de um avião daqui a umas horas. Sentia-me feliz por ti, mas triste porque irias-me deixar, nunca mais iria cruzar o teu olhar com o meu, não te poderia tocar. A hora da despedida, foi a pior coisa que podia acontecer, uma despedida triste com uma esperança de retorno de vossa parte, tendo sempre aquela hipótese que vocês poderiam não voltar, nunca mais, pois Portugal foi um país difícil para vocês, para todo o mundo aliás.
Quando te vi partir, o meu coração não só partiu em dois, partiu-se em vários bocados, estando muito difícil na hora de concertar. Quando tu te foste, em todos os lugares que eu ia, lembrava-me de ti, nessa noite, virei-me de lado na cama, abri os olhos e pensei que estavas ali, ao meu lado, como na noite anterior. Mas não estavas, era tudo uma ilusão. Uma ilusão que eu tinha que ultrapassar, fosse como fosse. Não estás agora presente, de corpo, mas estás no meu coração.
Sei que não fui uma mera “amiga” para ti, sei que sentes a minha falta e que te relembras de tudo o que passaste aqui em Portugal, comigo, com a tua mãe, e com os amigos que fizeste.
Pergunto-me a mim própria, será que ele pergunta-se a ele próprio, se eu queria que ele voltasse? Se ele me fizesse essa pergunta, eu rapidamente lhe responderia “Por mim, eu queria ter-te agora do meu lado, com a certeza que não irias sair daqui durante algum tempo, mas tu é que sabes que escolhas queres fazer em relação a tua vida, e eu iria respeitar e apoiar-te ao máximo”. Apesar da minha vontade que era ter-te aqui do meu lado, neste exacto momento, a conversarmos sobre as tuas férias, sobre nós.
Um dia ouvi alguém a dizer “O que é verdadeiramente teu, voltará”.
Só espero que esta pessoa tenha razão, e no fundo, a frase ditava a razão que alguma vez eu pudesse procurar.
“Cuida bem do meu coração, deixei-o contigo”.

6.20 da manha

1 comentário:

  1. Detes, claro que quem disse que o que é verdadeiramente teu, voltará. Tú és forte. Muito. E Eu sei que por mais pedras que tenhas, Tú irás guardá-las todas para construíres um castelo e Eu sei que consegues.

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